EURICO LEOTE
Eu
gosto muito da informática. A informática é muito bonita. Eu nunca fui à
informática.
Abro
assim de forma jocosa e à laia de redacção naife, esta ligeira observação sobre
a complexidade da informática.
A
informática é com efeito um óptimo instrumento que nos poupa imenso tempo e
trabalho, e reduz as tarefas a executar, quando funciona, e que ao mesmo tempo
e no minuto seguinte nos põe os cabelos em pé, ou nos põe a uivar de raiva,
quando pretendemos aceder a um determinado ficheiro, e o mesmo se recusa a
abrir, ou reporta mensagem de erro, ou leva uma eternidade a abrir, após a
máquina se ter desligado várias vezes.
Mas
só assim se comporta e reage, quem efectivamente desconhece a verdadeira génese
e complexidade da máquina. Os vários circuitos, funções e tarefas que a mesma
executa em permanente e incansável trabalho, quando tempo é o que não temos, e
que mais falta nos faz.
Quando
carregamos no botão que irá ligar e fazer arrancar a máquina, não fazemos uma
pálida ideia das tarefas que ela inicia, dos ficheiros que ela carrega, das
portas e periféricos que ela reconhece, dos controladores que ele instala, das
rotinas que ele corre, dos programas que instala, no sentido de nos permitir
executar as tarefas pretendidas com a maior celeridade e segurança possíveis,
ou que os seus componentes físicos o permitem, como será o caso da velocidade
do processador, da capacidade de trabalho e velocidade das memórias, da
velocidade de leitura e arrumação do disco rígido, ou de tantos outros elementos
que a constituem, incluindo os sistemas de arrefecimento, os quais podem levar
ao encerramento da máquina, em caso de sobreaquecimento.
Grave
mesmo é quando algo danifica o disco – um pico de corrente por exemplo – disco
esse que contêm toda a informação necessária e religiosamente guardada numa
pasta, por vezes até protegida por uma palavra de código.
E
o que dizer quando se perdeu a palavra de acesso que nos permite entrar na
máquina, ou mesmo na pasta desejada?
E
como nos sentirmos seguros e livres da enorme panóplia de vírus e similares,
troianos, warms, phishing e spywears?
Mas
afinal é ou não suposto ser a informática uma ferramenta útil e ao dispor do
cidadão para o ajudar nas múltiplas e complexas tarefas que pretende executar?
As
actuais ameaças e riscos vindos dos mais variados lugares e entidades
constituem uma realidade com a qual teremos de continuar a viver, sendo
necessário para o efeito, utilizarmos as maiores cautelas e precauções, quer
utilizando sistemas de defesa mais eficazes, firewall e antivírus, quer
prevenindo os nossos ficheiros e pastas através das cópias e backups de
segurança, guardando-os em outros suportes físicos como um disco externo, uma
pen, ou efectuando uma gravação em CD ou mesmo DVD.
Problemas
e avarias, todos estamos sujeitos a elas, e só aplicando a prevenção
sistemática será possível minimizar os danos causados e vencer este acérrimo
combate desigual. Desigual porque oculto. Desigual porque traiçoeiro, disparado
dos mais variados lugares e com múltiplas formas, com um objectivo, o de
incomodar, destruir, roubar informação, em suma, prejudicar o utilizador que é
aquilo que todos nós somos com maior ou menor grau de formação e de
conhecimentos.
É
por tudo isto que eu gostava muito de ir à informática.