segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Cores

BÁRBARA JORDÃO RODHNER
Ocorre-me a certeza profunda que eu lavo a cabelo, esfrego a pele com crina de cavalo, disfarçada, comprada no supermercado, sou torta mas uso um colete para me endireitar, aparelho dos dentes para domesticar o maroto dente que me nasceu desde que me senti eu. Sou. Estúpida ou não intelectualmente e emocionalmente, como uma bruxa que largou a vassoura e se agarrou, preguiçosamente, ao aspirador electrónico. Quando não me aceito; abdico do todo do mim.



Há mulheres assim, disformemente perfeitas, um horror para ter em casa porque não cabem em jarras nem sabem cozinhar.



Cabras.
Putas que difamam doces vaginas cheias de Mel.



Ela sou eu ou Eu sou ela?
Deusas negras. Mulheres das sombras .




 

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