segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Procuro só a beleza etérea em vão


JOÃO AFONSO AGUIAR










Procuro só a beleza etérea em vão:

Nas cinzas da frustrada conquista,

Impulsionada pelo desejo narcisista,

Ficaram os estigmas da destruição.


Foi-se a esperança de felicidade

Num tempo sem heróis nem bravura,

De frívolos indolentes sem lisura,

Que em demónios fitam a virtude.


Sobeja pois a amarga solidão:

Da gruta e da bucólica poesia,

Até à partida eterna da visão


De que a vida sem sabedoria,

E a beleza que alumia o coração,

Não é mais que brutalidade vazia.


João P. Afonso Aguiar

Sintra, 14 de Setembro de 2014

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