"eras o desenho, não o que desenhavas. eras
as palavras, não o que elas diziam. eras a menina
girassol no olhar vivo e fugidio, não envelhecias.
terna alma agitada, doçura agreste, por vezes
o mar das Azenhas em dias de tempestade, de outras
a mansidão da Pena na tarde cálida de Agosto.
eras a lâmina, não a ferida. eras a causa, não a moda.
eras o grito, nunca o silêncio.
eras tu. apenas tu. imensamente tu. correndo da Foz
para a nascente. pintando o céu de vermelho.
adoçando o fel. chorando sem motivo ou rindo até
chorares.
Hoje levantei-me cedo, olhei a Serra pela
janela de casa