Há
coisas em que sou radical. Sou radical na defesa da democracia e da
liberdade. Sou radical na defesa de quem trabalha, dos seus salários,
dos seus direitos. Sou radical numa Justiça igual para todos,
independentemente do estatuto, classe social, cargo ou fortuna pessoal.
Sou radical na defesa de Educação e Saúde públicas para todos, porque um
país com cidadãos mais cultos e devidamente apoiados na doença é um
país certamente mais desenvolvido e justo.
Sou radical na lealdade,
na lisura, na honestidade, na equidade. Sou radical na coerência, na
verdade, na frontalidade. Sou radical na memória daqueles que nos
antecederam e deram o melhor de si para o bem comum, muitas vez com o
custo da própria vida - devem ser lembrados e servir de exemplo. Sou
radical no combate ao fascismo, ao nazismo, a todos os totalitarismos
ideológicos ou religiosos que degradam a condição humana e renegam o
espírito de concórdia e de paz. Sou radical contra a estupidez erigida
em sabedoria.
Sou
radical na defesa das tradições que são como as raízes profundas das
árvores e que, quando cortadas, fazem a árvore morrer. Sou radical
contra as ervas daninhas que, mesmo aparentando belas cores, impedem as
plantas úteis de crescer. Sou radical contra a prepotência, contra a
intolerância, contra o medo enfiado na alma como forma de limitar a
natural divergência entre os seres humanos. Sou radical contra a
vulgaridade, contra a mentira, contra as falsa aparências.
Sou
radical na defesa do trabalho coletivo, no elogio do contributo
individual e na repartição justa dos elogios e dos louros por todos. Sou
radical na defesa da Pátria. Sou radical na defesa das minhas
convicções e não as altero em função de interesses ou de pressões se
continuar a achar que são justas e corretas. Sou radical no elogio ao
bom trabalho alheio. Sou radical a cumprimentar seja quem for com a
mesma atenção e respeito. Sou radical no amor à minha família e na
lealdade aos meus amigos.
Dizem
alguns que este radicalismo já não se usa na Política atual - e, talvez
sem se darem conta, estão a apontar para a razão de ser do definhamento
das democracias modernas.
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