terça-feira, 8 de julho de 2014

Nos 100 anos do Orpheu



RENATO EPIFÂNIO
No primeiro dia de Julho, com uma pontualidade pouco lusófona (mas nem tudo o que é tido como “lusófono” é bom…), anunciámos no nosso portal (www.novaaguia.blogspot.com) o tema maior do número 15 da Revista Nova Águia, a sair no primeiro semestre de 2015: os 100 anos da Revista “Orpheu”.

Decerto, não será o único tema a ser tratado nesse número da revista. Pessoalmente, não deixarei de assinalar um outro centenário tão ou ainda mais importante: falo da “Arte de Ser Português”, de Teixeira de Pascoaes, uma obra realizada para a juventude da época e que ainda hoje deveria ser de leitura obrigatória no nosso sistema de ensino.

Seja como for, o “Orpheu” foi, de facto, uma revista marcante. Foi uma espécie de cometa que atravessou e revolveu o panorama cultural da época – em apenas dois números, publicados nos dois primeiros trimestres de 1915. O terceiro já não viria a ser publicado, por razões financeiras, pandemia que, década após década, tem vitimado dezenas, senão centenas, de projectos culturais meritórios num país com um público culto tão escasso (cada vez mais escasso?) como o nosso.

Tendo sido uma espécie de cometa, não foi, longe disso, um “fogo fátuo”, tal a influência que exerceu nas décadas seguintes. Foi a primeira grande expressão, em Portugal, de uma vanguarda modernista que, agregou, entre outros, nomes como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada-Negreiros ou Santa-Rita Pintor, nomes que ficaram para sempre associados à chamada “geração d'Orpheu”.

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