quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Em memória do Barão de Eschwege

JOÃO RODIL

No passado dia 1 de Fevereiro, assinalaram-se os 160 anos da morte de Wilhelm Ludwig von Eschwege, mais conhecido entre nós como Barão de Eschwege, e que nasceu em Hesse, a 10 de Novembro de 1777, e veio a falecer em Kassel, precisamente a 1 de Fevereiro de 1855.

E Sintra não pode, nem deve, esquecer a memória deste fantástico homem de ciência que muito contribuiu para o engrandecimento e embelezamento desta terra maravilhosa. Se é certo que D. Fernando II foi o principal impulsionador e mentor do gosto romântico na arquitectura e na paisagem sintrense, também é certo que muito beneficiou da preciosa ajuda e conhecimento do Barão de Eschwege.

Homem de múltiplos recursos científicos, já que espalhou a sua actividade pela geologia, a geografia, a arquitectura, a metalurgia, a química e a física, e estudou – seguindo a corrente ecléctica da época – direito, ciências naturais, economia política e economia florestal, arquitectura, mineralogia e paisagismo, foi o grande parceiro de D. Fernando na mítica caminhada que levou à idealização e construção do Parque e do Palácio da Pena.

O primeiro estudo sério sobre o clima, a formação geológica e a qualidade dos solos da Serra de Sintra, é de sua autoria. Foi com base nesse estudo que ele e o rei perceberam que era possível trazer plantas de todas as partes do mundo e plantá-las no alto da serra, criando aquele verdadeiro «Jardim de Klingsor» que é hoje um fantástico laboratório vivo do reino animal e vegetal.

Também foi o Barão de Echwege quem encetou uma série de viagens pela Europa e Norte de África, catalogando elementos arquitectónicos que serviriam para a projecção do Palácio da Pena, o tal «Castelo do Santo Graal».

Mas a vida e a obra deste homem não cabem aqui. Há muito que Sintra lhe deve uma justa e tardia homenagem. Porque é bom não esquecer quem nos deu a Arte e a Natureza que hoje rende milhões. Nós não esquecemos, porque nos esqueceríamos.

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