sexta-feira, 1 de novembro de 2013

No tempo em que se ia ao “Pão por Deus”

JOSÉ CARLOS SERRANO

Era, e é, um dia especial! É o dia de aniversário da minha mãe, e, por sorte, dia de “Pão por Deus” !!

Era um dia de correria!
Rua abaixo, rua acima.
O primeiro grande arranque nos sacos era feito na vizinhança.
Para além de bons doces, vinham umas boas moedas. Uma “ventoinha” ( nota de 20 escudos ), era mesmo só para os vizinhos mais chegados.
Como éramos putos, íamos a dois. Corríamos as quintas todas. Até a estabelecimentos íamos. Mas também íamos mais longe, por exemplo, aos prédios, na Portela!
Toda gente dava qualquer coisa. Na vizinhança, haviam aquelas velhotas que davam uma pera cozida e umas castanhas.
A malta queria era rebuçados, doces e bolos.
Eram sacadas de línguas de gato, beijinhos, sombrinhas e Sugus.
Passar nos cafés da estação e Estefânia dava direito a um bolo, nem que fosse do dia anterior.
Bolos não se comiam todos os dias.
Íamos às fábricas de bolos, da Monserrate e das padarias.
Corríamos tudo.

Coisas de puto, que não esquecem!

Pena é que tenha deixado de ser feriado !

" Adeus mundo, cada vez pior "

Sem comentários:

Enviar um comentário