quinta-feira, 7 de novembro de 2013

No tempo em se pedia um “tostãozinho pró Stº António”!

JOSÉ CARLOS SERRANO

Fiz algumas vezes, para ajudar na festa que se fazia na " ilha das cobras ".

Era preciso enfeitar a rua a preceito, comprar sardinhas e o que fosse preciso.

A lenha prá fogueira, íamos buscar à Quinta da Raposa, o caseiro deixava-nos lá ir.

Depois os mais velhos é que faziam os enfeites, os putos ajudavam.

Uma corda esticada, depois cortava-se o papel de cor em forma de bandeira e com cola, feita com farinha e vinagre, colavam-se as folhas. Depois esticava-se a corda, de um lado ao outro da rua. Alto para não ficar preso nas carrinhas mais altas que quisessem passar. À entrada da rua, folhas de palmeira,  amarradas, em forma de arco.

Toda a gente ajudava, novos e velhos.

Se o dinheiro não chegasse para tudo pedia-se ajuda na mercearia ou nos restaurantes.

Alguém (que tinha) trazia a musica, que seria um gira discos.

Até quermesse havia. Cada um trazia coisas que as mães já não queriam e estava montado o estaminé. Fogueira acesa, sardinha assada, copos de tinto e saltar a fogueira.

Eu como era puto (e parvo) comia em casa! Não gostava de sardinhas.

Lá “melgava” a cabeça á minha mãe. Como tinha ajudado queria ir ver a festa e, ver, saltar a fogueira!

Lógico que se chegava a casa com “fedor a fumo e a sardinhas”.



Mas isto eram os santos populares ao pé da minha casa.


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