No primeiro dia de Julho, com uma pontualidade pouco lusófona
(mas nem tudo o que é tido como “lusófono” é bom…), anunciámos no nosso portal
(www.novaaguia.blogspot.com) o tema maior do número 15 da Revista Nova Águia, a
sair no primeiro semestre de 2015: os 100 anos da Revista “Orpheu”.
Decerto, não será o único tema a ser tratado nesse número da
revista. Pessoalmente, não deixarei de assinalar um outro centenário tão ou
ainda mais importante: falo da “Arte de Ser Português”, de Teixeira de
Pascoaes, uma obra realizada para a juventude da época e que ainda hoje deveria
ser de leitura obrigatória no nosso sistema de ensino.
Seja como for, o “Orpheu” foi, de facto, uma revista
marcante. Foi uma espécie de cometa que atravessou e revolveu o panorama
cultural da época – em apenas dois números, publicados nos dois primeiros
trimestres de 1915. O terceiro já não viria a ser publicado, por razões
financeiras, pandemia que, década após década, tem vitimado dezenas, senão
centenas, de projectos culturais meritórios num país com um público culto tão
escasso (cada vez mais escasso?) como o nosso.
Tendo sido uma espécie de cometa, não foi, longe disso, um
“fogo fátuo”, tal a influência que exerceu nas décadas seguintes. Foi a
primeira grande expressão, em Portugal, de uma vanguarda modernista que,
agregou, entre outros, nomes como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro,
Almada-Negreiros ou Santa-Rita Pintor, nomes que ficaram para sempre associados
à chamada “geração d'Orpheu”.
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