ANTÓNIO LUÍS LOPES
na rua do medo, ninguém se revolta,
vive-se em segredo
com o medo em volta,
vive-se morrendo em cada dia um pouco,
na rua do medo
quem não teme é louco
na rua do medo o amanhã assusta,
o sol põe-se cedo
e nasce sempre à justa,
canta-se em silêncio embalando a noite,
na rua do medo
não há quem se afoite
nessa rua os homens vivem resignados
ao medo profundo
que os traz calados,
só os velhos falam de um tempo diferente
onde o medo não
metia medo à gente
na rua do medo há quem imagine
o dia em que um dia
o medo termine,
porque o medo assusta, isso é bem verdade,
mas a luta justa
no coração arde...
Sem comentários:
Enviar um comentário