Divulgo conteúdo de e-mail que irei enviar, nesta data, ao Sheik David Munir, da Mesquita de Lisboa, e ao Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa:
"À atenção dos Exmºs Senhores
Sheik David Munir – Mesquita de Lisboa...
Cardeal Patriarca de Lisboa
Cardeal Patriarca de Lisboa
Na sequência dos trágicos acontecimentos de Paris, enquanto cidadão Português, deputado na Assembleia Municipal de Sintra (líder da bancada do Partido Socialista) e católico, venho por esta via apresentar a seguinte proposta: que o Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa e o Sheik David Munir, da Comunidade Islâmica, articulem entre si a realização, numa grande praça de Lisboa (Terreiro do Paço, por ex.) de cerimónia religiosa conjunta, em memória das vítimas de Paris e contra toda a violência extremista que, atualmente e de uma forma inaudita, ameaça o Continente europeu. Creio que seria um momento único e de grande significado no contexto europeu num País que tem, nas suas raízes, a cultura islâmica, mesclada ao longo dos séculos com a tradição cristã.
Considero, ainda, que as primeiras “vítimas” do extremismo islâmico são os meus irmãos muçulmanos - os que professam a sua religião pacificamente, os que têm em comum comigo (cristão) as raízes da sua Fé, os profetas iniciais, a crença num Deus único, a solidariedade com os mais fracos. Eles são os primeiros reféns da loucura criminosa dos terroristas islâmicos - porque a ignorância de muitos os confundirá com essa teia de medo, quando eles nada têm a ver com ela e são tão "vítimas" como qualquer um de nós.
Não é a religião que separa os homens - mas sim os homens e a forma como usam a religião para cavar trincheiras entre si. Não confundo a Fé no Islão com o terror islâmico, tal como não confundo o Papa Francisco com o inquisidor-mor, Tomás de Torquemada. Hoje (talvez mais do que nunca) é preciso relembrar isso - para que aqueles que legitimamente se insurgem contra a barbárie terrorista não acabem a ser os "cavalos de Tróia" da corrente xenófoba que ameaça percorrer a Europa (e o Mundo) de novo. In šāʾ Allāh. إن شاء الله.
Com os melhores cumprimentos,
António Luís Lopes"
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