No dia 21 de Dezembro de 1926, nascia
na paróquia da Campanhã, no Porto, o Padre António David Lencastre de Ribeiro e
Silva, filho de David Ribeiro da Silva e de Maria da Glória de Queiróz
Lencastre Ribeiro da Silva. Em 1947, entrou para a ordem religiosa beneditina,
iniciando os seus estudos eclesiásticos no Seminário de Singeverga, onde esteve
até pouco depois da sua ordenação presbiteral. Daqui transita para o Colégio de
Lamego. Foi ordenado presbítero na diocese do Porto, no dia 19 de Julho de
1953, pelas mãos de D. António Ferreira Gomes, o bispo que “bateu o pé” a Salazar. Em Outubro de
1962 desempenha a função de Coadjutor na igreja da Graça, em Lisboa,
permanecendo aqui até 1970. Neste mesmo ano é nomeado pároco da freguesia de
São Pedro de Penaferrim. Homem de notável cultura foi professor de religião no
Conselho Presbiteral de Sintra e um grande defensor do património. Não é de
estranhar que o seu nome esteja gravado numa lápide no Museu de S. Miguel de
Odrinhas. Em Novembro de 1970 assume a missão de capelão dos reclusos da
Colónia Penal de Sintra. A população reclusa da Colónia sempre lhe cativou de
maneira especial, tentando semear e cultivar valores sociais e cristãos,
oferecendo sempre a sua palavra amiga. Os mais desprotegidos foram sempre para
ele, motivo de grande preocupação. Conseguiu como seu último desejo, o
acontecimento solene e histórico da visita da imagem peregrina à Colónia Penal.
Já no final da sua vida, atingido pela doença de Parkinson, nunca deixou de
celebrar missa na capela da prisão, juntando o seu sofrimento ao do Senhor,
como ele dizia. No escritório da sacristia da igreja de S. Pedro passava os
seus dias a escrever e a rezar, seguindo a máxima dos beneditinos, Ora et Labora (reza e trabalha). No dia
31 de Janeiro de 2005, falecia em Cascais o Padre Lencastre.
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