Quem tiver de passar pela rua António Cunha durante o tempo
de aulas da escola D. Fernando II (acho que tem mais uns números à frente),
depara-se com uma aula de deseducação cívica ao ar livre, pronta a servir e sem
gastos nenhuns para o Estado, como convém aos actuais governantes.
Partindo do princípio que a escola é um lugar de partilha de
várias disciplinas importantes à formação do indivíduo – que os professores
transformados em máquinas de fazer reuniões e estatísticas, cada vez têm menos
tempo para preparar e transmitir -, mas também um lugar para semear sentimentos
e valores, como reagirão os alunos à completa falta de respeito pelo espaço
público, que se assiste ao ver os automóveis estacionados em cima dos passeios
na referida rua?
Não sei a história, nem conheço as mentes brilhantes
que se lembraram de instalar a D. Fernando II num lugar como aquele –
outrora um lindíssimo vale, dizem-me -, servida apenas por uma rua de bairro,
com um único sentido. Bem pode o Frei Tomás pregar o civismo todo dentro da
escola, que cá fora a realidade faz a desmontagem da pregação em três tempos. A
não ser que seja propositadamente tolerada pelas autoridades municipais com competência
na matéria, como exemplo diário ao vivo, a cores e aos berros
(especialmente à hora de mudança de turno) de como não se deve fazer na defesa
do espaço público.
(Este, e outros artigos do autor, podem também ser lidos
no blogue http://tresparagrafossegundaedicao.wordpress.com/
)
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