sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Quero ser feliz


BÁRBARA JORDÃO RADHNER

Há quem se queixe desta crise; Compreendo...

Gasto em média setenta euros de sete em sete dias só em legumes e fruta para encher o papo dos periquitos que vivem dentro do meu ninho; fora o resto mas o resto que fique fora deste (con)texto. Escrevo não para reclamar mas para relembrar que a crise é uma situação em tom de bola de sabão junto ao riacho real que invade a minha alma, agora. Quando escolho olhar o dia longe da densidade em que se enquadram as notícias da caixa quadrada que opto por desligar e calar com o pé e com a mão, escolho-me. Quero ser feliz; Ponto.

Procuro em mim a capacidade de renovação; o que me move? Toco-o.

Tenho aulas de piano a troco de um valente abraço, umas moedas e sobretudo muita atenção. Se é tempo de ficar por casa, fico, mas n'outra condição. Escolho cada pensamento que me invade como uma frenética dona de casa escolhe o pano com que lava o chão.

Quero ser feliz, já disse;Ponto!!!

A minha vizinha recicla um pseudo iPad,iPode,iPede, fico com ele sem qualquer pinga de vergonha, encaixo-o no pc e encho-o com músicas novas, levo-as comigo, junto ao coração. Não tenho medo do escuro, não tenho medo da crise, recrio-me em cada canção e quanto mais procuro na música uma meditação mais entendo que a minha alma simples se move e comove não com o enrodilhado complicado mas com aquilo que se trauteia gentilmente quando se está apaixonado. É tão simples ser feliz; basta escolher; descomprimir.

Aconselho, para ouvir:


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