BÁRBARA
JORDÃO RADHNER
Há
quem se queixe desta crise; Compreendo...
Gasto
em média setenta euros de sete em sete dias só em legumes e fruta para encher o
papo dos periquitos que vivem dentro do meu ninho; fora o resto mas o resto que
fique fora deste (con)texto. Escrevo não para reclamar mas para relembrar que a
crise é uma situação em tom de bola de sabão junto ao riacho real que invade a
minha alma, agora. Quando escolho olhar o dia longe da densidade em que se
enquadram as notícias da caixa quadrada que opto por desligar e calar com o pé
e com a mão, escolho-me. Quero ser feliz; Ponto.
Procuro
em mim a capacidade de renovação; o que me move? Toco-o.
Tenho
aulas de piano a troco de um valente abraço, umas moedas e sobretudo muita
atenção. Se é tempo de ficar por casa, fico, mas n'outra condição. Escolho cada
pensamento que me invade como uma frenética dona de casa escolhe o pano com que
lava o chão.
Quero
ser feliz, já disse;Ponto!!!
A
minha vizinha recicla um pseudo iPad,iPode,iPede, fico com ele sem qualquer
pinga de vergonha, encaixo-o no pc e encho-o com músicas novas, levo-as comigo,
junto ao coração. Não tenho medo do escuro, não tenho medo da crise, recrio-me
em cada canção e quanto mais procuro na música uma meditação mais entendo que a
minha alma simples se move e comove não com o enrodilhado complicado mas com
aquilo que se trauteia gentilmente quando se está apaixonado. É tão simples ser
feliz; basta escolher; descomprimir.
Aconselho,
para ouvir:
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