JOSÉ CARLOS SERRANO
O Pinóquio
era um cão, de porte grande, preto, com umas malhas castanhas, cauda curta.
Nunca
entendi quem era o dono. Era das pessoas!
Ou estava na
Vila ou na Estação, de Sintra.
Com a
particularidade de ser um bicho muito inteligente!
Davam-lhe
uma moeda e ele ia ao Café Camélia, com a moeda na boca, deixava cair a
moeda no balcão e recebia um pacote de açúcar ou um bolo.
Havia, como
ainda há, pessoas mal intencionadas.
O meu pai
era motorista da Cooperativa de Produtores de Leite de Sintra. Andava pelo
Concelho de Sintra, a recolher o leite pelos postos que havia, em cada aldeia,
ou diretamente aos produtores.
Um dia chega
á Azóia e, no largo onde existem uns restaurantes, qual não é o espanto, lá
estava o Pinóquio, deitado ao sol. Como o conhecia e estranhando ver o bicho
tão longe dos locais habituais, chamou-o pelo nome. Deu um salto, todo
contente, como quem “diz”: “Este gajo
conhece-me”.
Meteu-o na
camioneta e trouxe a “vedeta” de
volta a Sintra.
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