A busca da memória dos que, em tempo mais ou
menos distante, foram pelas circunstâncias da História nossos vizinhos,
ilustres ou nem tanto, é uma viagem sedutora e desafiante. Viaja-se, sobretudo,
entre documentação escrita, variada, com particular enfoque nos Registos
Paroquiais. Precisamente nestes, nos Registos Paroquiais de Belas, temos vindo
a “travar conhecimento” com um significativo conjunto de Homens e Mulheres
Ilustres que, no contexto da História Colectiva, Local e Nacional, se afirmam
pela sua relevância social. Mas, também, as suas histórias de Vida, foram
enriquecidas com o simples interagir, entre a vizinhança, entre discípulos
profissionais, políticos, ou simplesmente com vizinho conhecido e morador
“paredes meias”.
Em todo o
caso, e porque nos dedicamos ao Local, temos para nós, que, apesar de ter
decorrido por vezes séculos, entre a presença ou estadia de certos vizinhos
estes, por mérito próprio, podem e devem continuar a ser considerados “nossos”
vizinhos, dentro da perspectiva de que a potenciação da Economia, da Cultura e
Património Local, passa pela valorização da memória desses “vizinhos Ilustres”.
Ora nesta
linha de pensamento, encontramos um nosso “vizinho”, Ilustre e muito, da Queluz
setecentista. De seu nome: João Batista…..Rubillon, pelo menos foi assim que
exarado no assento de Baptismo da Joana pelo Prior da Paróquia de Belas,
António Moraes. Pois…… referirmo-nos a Jean-Baptiste Robillon (1704-1782). Arquitecto, Escultor e Gravador francês,
estabelecido em Portugal no século XVIII. Sabido como é que o Mestre Robillon
foi chamado pela Casa do Infantado, para desenvolver projectos
preliminares ao espaço já existente do edifício do Palácio de Queluz e projectar
novas áreas, e que o fez rodeado por artistas portugueses e estrangeiros. Da
sua obra artística, volumosa outros bem melhor colocados podem falar. Nós
ficamos pelo Vizinho Ilustre, que certamente foi e será enquanto existir Memória,
que a dado tempo e interacção social foi, também, Padrinho de Baptismo de uma
menina que recebeu o nome de Joana.
Transcrição do Assento:
« Aos vinte e sete dias do mês de Março de
mil sete / centos e sessenta e nove baptizou e pos os Santos olleos o Pa
/ dre
Manuel Bernardino de Almeida a Joanna filha de / Gabriel Gonçalves e de Quitéria
Pereira natural da / Cidade de Cordoba Reino de Hespanha
e assistentes em quel / luz desta freguesia nasceo aos doze do mesmo
mês de Mar / ço e foram padrinhos João Batista Rubillon
assistente [a residir] / em quelluz e gertrudes Thereza de
Jesus de que fiz este / assento que aSignei //
O P.or
[Prior] Ant.o[António] Jozê de Almei.da [Almeida]
Moraês»
Sem comentários:
Enviar um comentário