sexta-feira, 4 de abril de 2014

Robillon, o vizinho e padrinho ilustre.

RUI OLIVEIRA

A busca da memória dos que, em tempo mais ou menos distante, foram pelas circunstâncias da História nossos vizinhos, ilustres ou nem tanto, é uma viagem sedutora e desafiante. Viaja-se, sobretudo, entre documentação escrita, variada, com particular enfoque nos Registos Paroquiais. Precisamente nestes, nos Registos Paroquiais de Belas, temos vindo a “travar conhecimento” com um significativo conjunto de Homens e Mulheres Ilustres que, no contexto da História Colectiva, Local e Nacional, se afirmam pela sua relevância social. Mas, também, as suas histórias de Vida, foram enriquecidas com o simples interagir, entre a vizinhança, entre discípulos profissionais, políticos, ou simplesmente com vizinho conhecido e morador “paredes meias”.
Em todo o caso, e porque nos dedicamos ao Local, temos para nós, que, apesar de ter decorrido por vezes séculos, entre a presença ou estadia de certos vizinhos estes, por mérito próprio, podem e devem continuar a ser considerados “nossos” vizinhos, dentro da perspectiva de que a potenciação da Economia, da Cultura e Património Local, passa pela valorização da memória desses “vizinhos Ilustres”.
Ora nesta linha de pensamento, encontramos um nosso “vizinho”, Ilustre e muito, da Queluz setecentista. De seu nome: João Batista…..Rubillon, pelo menos foi assim que exarado no assento de Baptismo da Joana pelo Prior da Paróquia de Belas, António Moraes. Pois…… referirmo-nos a Jean-Baptiste Robillon (1704-1782). Arquitecto, Escultor e Gravador francês, estabelecido em Portugal no século XVIII. Sabido como é que o Mestre Robillon foi chamado pela Casa do Infantado, para desenvolver projectos preliminares ao espaço já existente do edifício do Palácio de Queluz e projectar novas áreas, e que o fez rodeado por artistas portugueses e estrangeiros. Da sua obra artística, volumosa outros bem melhor colocados podem falar. Nós ficamos pelo Vizinho Ilustre, que certamente foi e será enquanto existir Memória, que a dado tempo e interacção social foi, também, Padrinho de Baptismo de uma menina que recebeu o nome de Joana.




Registo Paroquial de Belas – Baptismos- Livro B-5 (1752-1780), página: 262


Transcrição do Assento:

« Aos vinte e sete dias do mês de Março de mil sete / centos e sessenta e nove baptizou e pos os Santos olleos o Pa / dre Manuel Bernardino de Almeida a Joanna filha de / Gabriel Gonçalves e de Quitéria Pereira natural da / Cidade de Cordoba Reino de Hespanha e assistentes em quel / luz desta freguesia nasceo aos doze do mesmo mês de Mar / ço e foram padrinhos João Batista Rubillon assistente [a residir] /  em quelluz e gertrudes Thereza de Jesus de que fiz este / assento que aSignei //

                                   O P.or [Prior] Ant.o[António] Jozê de Almei.da [Almeida] Moraês»

 

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