domingo, 17 de novembro de 2013

Poemas do Archaelogo

JORGE TELLES DE MENEZES










POEMAS DO ARCHAELOGO  (no dólmen do Monge)





Aqui busca a quinta essência

musgo em pedra branca

de runas, perdidos saberes.



Leva a letra ao esconso dólmen

óculos, livro de um arqueólogo,

mapa e cronos prisioneiro.



Luze o leitor magnético,

em sonhos a fita gravada

d’análogos dias vividos.



Eras em círculos ou rectas,

se não terraços quadrados

onde a visão estuava.



(É-nos mais caro o que perdemos?

De pássaros enche o olhar.

Hoje detém-se aqui, indiferente a Ontem).



A única dor que sentiu era

de não encontrar um Além,

nostalgia a ser escrita na pedra dura.



Beijava as pedras reais

elas são, eu é que estou -

dizia, sem elas jamais o saberia.



Talvez te esqueça no labirinto,

talvez a pena seja o que sinto,

talvez a pedra, talvez a morte.



Amou o vento, sinal do tempo

restam as pedras, escuras trevas,

hoje que morre, hoje que nasce.



Sonhos de líquenes, que foram,

voam em láctea órbita.

Pedras e pó, escrita de tudo o que é.



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