sábado, 28 de dezembro de 2013

Eu outsider de tudo

JORGE TELLES DE MENEZES












Eu outsider de tudo
sem compromissos, contemplo,

aqui do alto da serra

de ventos enovelado

sentado na pedra anímica.



«Perversão lusitana» na raiz

da árvore, de agoras que nunca foram,

saudades – até da febre da conquista

da noite escalada, lutada, morta,

dos joelhos no chão, no sol ao meio-dia.



Mais no alto: olhar as nuvens,

se tudo fosse assim no mundo,

por que não assim, Portugal?

O vento, barcos ao longe, ar,

muito ar, aqui, a ver o mar.





Sobre o túmulo de

Ferreira de Castro,

Junho de 1985

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