terça-feira, 6 de agosto de 2013

A esperança continua adiada

JOÃO DE MELLO ALVIM  

A qualidade do debate político, nesta pré-campanha para as autárquicas, no geral, não é animadora. Pela mostra dos comentários que se lêem no Facebook há “discursos”, que só afunilam o necessário debate de ideias e projectos, a contas de deve-e-haver, à clubite partidária ou a ataques pessoais.
É confrangedor, 30 anos passados sobre o 25 de Abril, a discussão política estar contaminada e descer ao nível da peixarada de chinelo no pé, do descartar de responsabilidades, do “enredo ideológico” que pede meças aos argumentos das telenovelas. De quem é a culpa? Não sei. Provavelmente de todos. Agentes políticos e cidadãos.
O certo é que as grandes discussões, com argumentos e soluções, desapareceram, caíram em desuso. Opragmatismo” das promessas em quantidade, subverteu a ponderação da discussão de argumentos políticos ;donde, resulta que o nível da(s) campanha(s) é cada vez mais rasteiro. A revolução das mentalidades, continua adiada. O dia-a-dia, de “quem vier a seguir que feche a porta”, abafa, a médio e longo prazo, a qualidade estrutural e política do nosso viver. A esperança continua adiada, enquanto vivermos esta pré-história do nosso desenvolvimento.

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