sexta-feira, 13 de setembro de 2013

No tempo em que brincar na rua era um parque de diversões

JOSÉ CARLOS SERRANO


Era preciso era imaginação, fértil!

Arranjar, ou encontrar, companheiros e partir à aventura.

Bastava uma cavilha, grande, para jogar ao prego. À minha porta tinha um bocado do passeio sem estar empedrado, era o canteiro de uma árvore, a terra até era mole, e lá se fazia uma “jogatana”. O primeiro a falhar passava ao seguinte. Havia malta boa nisso. Cavilhas “afiadinhas”, que nunca caiam.

Nesse sítio também dava para jogar ao “bilas”, às” covas” ou á “roda”. Gostava bastante e tinha alguma pontaria.


Mas era no atrevimento dos carros de rolamentos que me deliciava. Bastava cravar 4 rolamentos ao meu irmão, que trabalhava como mecânico, e umas ripas e umas tábuas, que eram restos dos cortes na carpintaria dos Parrachos, por detrás da estação, e estava feito!

Rampa de teste: “Ilha das Cobras “, ou Rua Conde Ferreira!

Era o sítio ideal. Ao fundo existia uma oficina, de bate-chapa e pintura, do Sr. Zé Burro. Durante o dia tinha que se ter cuidado. Era mais ao fim da tarde. Ou então, atrevimento total, era descer junto à Câmara Municipal, por detrás, onde vai dar à Quinta do Visconde d’Asseca. Era uma descida curta mas tinha umas curvas maravilha. Havia alguma cumplicidade por parte da polícia.
Era mesmo nas “barbas” deles, o posto da polícia era nas traseiras da Câmara, mas como éramos poucos e ninguém fazia queixa do barulho, dava direito a umas descidas



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