Foi já há mais de 15 anos (ou já fez 20?) que se promoveu em
Sintra uma das mais geniais obras de que há memória por aqui: a criação de
uma rua sem trânsito automóvel, com trânsito automóvel. Com trânsito e com
espaço para estacionar e tudo (e que luxo de estacionamento!). Estou a
referir-me, claro, àquela metade da Av. Heliodoro Salgado que foi forrada a
placas cinzentas, hoje pintalgadas a pastilha-elástica. Antes era uma estrada
com demasiado trânsito, hoje é uma rua com pouco trânsito – bom trabalho
senhores doutores. Tem menos trânsito, tem menos comércio, tem menos pessoas, tem
menos vida. O que antes era uma artéria-referência é agora um ponto de passagem
que liga duas Sintras (a de lá e a de cá, ou vice-versa), onde as pessoas
entram por um lado e saem pelo outro (a pé ou de carro) praticamente sem
pararem. Pelo meio, alguns cafés, uma ou outra loja que ainda vai resistindo, 2
farmácias(!), umas lojas chinesas, 4 ou 5 marcas de Bancos e pouco mais. E se
durante a semana a “coisa” ainda vai sendo disfarçada pelo movimento das
pessoas que naquela zona trabalham, à noite ou aos fins-de-semana é uma
tristeza andar por ali. Isto não é progresso!
A crise que se abateu sobre os estabelecimentos de restauração e no sector dos bares e cafés, em particular, é visível no panorama de Sintra, onde sempre foi apontada a falta de espaços para tal fim, atenta a circulação diária de centenas de turistas.
ResponderEliminarMuitos bares que antes faziam o horário tradicional optaram por abrir só algumas horas por dia, (o Saloon, o Legendary Cafe, o Sabot) outros fecharam (veja-se o caso da Ideal, na Estefânea, que funcionava desde 1936, há algum tempo encerrada, (embora pareça decorrerem lá obras) a par do panorama desolador da Heliodoro Salgado, a rua pedonal, donde vários estabelecimentos sumiram, como a papelaria Parracho, a Cintrália, e outros(até a loja da Benneton...).
E os estabelecimentos que resistem parecem ter chegado ao fim da linha, obrigados a praticar preços com margens irrisórias, sobrando os cacofónicos chineses, alguns espaços menos cuidados (o bar da estação, o Café Elite, ou a Adega do Saloio, só para dar alguns exemplos)e os bancos, catedrais da usura do nosso descontentamento. Nota positiva para o Café Saudade, e, numa óptica de consumo de passagem e da bica ao balcão, o Tirol ou o Monserrate, excluindo-se aqui a Vila Velha, com os seus preços turísticos
O elevado valor do IVA praticado, a retracção do consumo, as rendas elevadas e a inenarrável imposição de novas e dispendiosas máquinas têm levado a tal estado de coisas, de tal modo que um dia destes o deserto pode ser total. Dias negros, estes que se vivem
Uma das farmácias já despediu gente, a Arteescola parece-me que custará a aguentar-se muito mais tempo e o Granja também não me parece muito duradouro.
ResponderEliminarUma nota louvável para a Monserrate que rejuvenesceu e tem um serviço de mais qualidade e atractivo.
No entanto, estes dois cafés fecham portas cedo e tudo fica deserto.
A Fetal também fechou há uns anos. O sapateiro seguiu-lhe as pesadas.
Outro contra é a dificuldade de estacionar na zona. Há quanto tempo e por quanto mais irá estar vedado o estacionamento lateral à Casa SantaAna?
Passear nesta avenida é desolador.. o comércio tradicional é quase inexistente, e não existe muito que nos faça querer visitar esta rua... deveria ser impulsionada a atividade cultural da Vila Alda e do "Casino"...
ResponderEliminarO estacionamento (que até certa altura foi assegurado pela ponte pedonal - desaparecida), impulsionar na zona o comércio tradicional e, a travessia do eléctrico (que como em muitas cidades no Mundo, passa por zonas semelhantes), iria trazer ao cento da Estefânea novamente Vida.
ResponderEliminartrabalho e resido em paris tenho um apartamento na heliodoro salgado SINTRA sempre que ai vou cada vez menos sou multado por parar omeu carro a minha porta. acho que vou vender o apartamento e abrir mais uma loja chinesa e o que esta a dar; E ainda tenho direito a cartao dourado , AMO SINTRA ,Henrique
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