RENATO EPIFÂNIO
Mais uma greve, agora na Educação. Mas, de ambos os lados, o que
se discute é a música que deve tocar a banda do Titanic. Como se isso
impedisse o nosso afundamento colectivo…
Olhemos então, de frente, a realidade: por razões desde logo
demográficas, há cada vez menos jovens no nosso sistema de ensino e cada
vez mais pessoas qualificadas para ensinar. Logo, o desemprego dos
professores só pode aumentar. Independentemente do contexto económico em
que estamos e dos acordos com a Troika. Também aqui não há milagres.
O caso do desemprego, cada vez mais massivo, dos professores em Portugal é, de resto, um excelente exemplo da miopia estratégica dos nossos partidos e sindicatos. Pois o que há a fazer é óbvio e entra pelos olhos dentro, apesar de ninguém falar disso.
Existem vários países lusófonos que assumem, publicamente, a necessidade de professores qualificados para ensinar (e não apenas a língua portuguesa). O que o Governo deveria fazer era estabelecer protocolos com os Governos desses países de modo a corresponder a essa procura. Obviamente, haveria questões a discutir e a solução não poderia ser a mesma para todos os países: desde logo, na forma como esses professores seriam pagos.
No limite, porém, mesmo que alguns desses países (como, por exemplo, a Guiné-Bissau) não pudessem, de imediato, partilhar esses custos, ainda assim valeria a pena: esses professores teriam emprego e o futuro da língua portuguesa ficaria bem mais garantido. Seria pois um investimento a médio-longo prazo que interessaria a todos. E que teria, mais cedo ou mais tarde, retorno, inclusive no plano económico. É assim tão difícil percebê-lo?
Professor de Semiótica no IADE. Membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, da Direcção da Associação Agostinho da Silva e da NOVA ÁGUIA, Revista de Cultura para o Século XXI. Presidente do MIL- Movimento Internacional Lusófono.
O caso do desemprego, cada vez mais massivo, dos professores em Portugal é, de resto, um excelente exemplo da miopia estratégica dos nossos partidos e sindicatos. Pois o que há a fazer é óbvio e entra pelos olhos dentro, apesar de ninguém falar disso.
Existem vários países lusófonos que assumem, publicamente, a necessidade de professores qualificados para ensinar (e não apenas a língua portuguesa). O que o Governo deveria fazer era estabelecer protocolos com os Governos desses países de modo a corresponder a essa procura. Obviamente, haveria questões a discutir e a solução não poderia ser a mesma para todos os países: desde logo, na forma como esses professores seriam pagos.
No limite, porém, mesmo que alguns desses países (como, por exemplo, a Guiné-Bissau) não pudessem, de imediato, partilhar esses custos, ainda assim valeria a pena: esses professores teriam emprego e o futuro da língua portuguesa ficaria bem mais garantido. Seria pois um investimento a médio-longo prazo que interessaria a todos. E que teria, mais cedo ou mais tarde, retorno, inclusive no plano económico. É assim tão difícil percebê-lo?
Professor de Semiótica no IADE. Membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, da Direcção da Associação Agostinho da Silva e da NOVA ÁGUIA, Revista de Cultura para o Século XXI. Presidente do MIL- Movimento Internacional Lusófono.
Sem comentários:
Enviar um comentário