Querem que eu pague
aquilo que roubaram,
Querem que eu guarde o
grito apetecido,
Querem que eu fale o
que imensos calaram
Querem que eu morra
antes de ter nascido
Querem que eu coma o
pão que o Diabo
Arrastou na lama do seu
imenso cio,
Querem que eu seja de
mim próprio escravo
Querem que eu rebente
de calor ao frio
Querem ver-me alegre no
meu funeral,
querem meu vazio para o
poder encher,
querem convencer-me que
o amor faz mal
e que do chicote só
virá prazer
Querem que eu aceite ser
actor de mim
E representar tudo o
que detesto,
Querem começar agora
pelo fim,
Com minhas virtudes
provar que não presto
Querem tudo isso e
muito mais que dê
Para reduzir-me ao pó
que vão soprar
Querem que eu responda
sem saber ao quê
Mas respondo sempre
para não falhar…
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